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Mostrando postagens de maio, 2020

A FESTA DE BABETTE

Rubem Alves Um dos meus prazeres é passear pela feira. Vou para comprar. Olhos compradores são olhos caçadores: vão em busca de caça, coisas específicas para o almoço e a janta. Procuram. O que deve ser comprado está na listinha. Olhos caçadores não param sobre o que não está escrito nela. Mas não vou só para comprar. Alterno o olhar caçador com o olhar vagabundo. O olhar vagabundo não procura nada. Ele vai passeando sobre as coisas. O olhar vagabundo tem prazer nas coisas que não vão ser compradas e não vão ser comidas. O olhar caçador está a serviço da boca. Olham para a boca comer. Mas o olhar vagabundo, é ele que come. A gente fala: comer com os olhos. É verdade. Os olhos vagabundos são aqueles que comem o que vêem. E sentem prazer. A Adélia diz que Deus a castiga de vez em quando, tirando-lhe a poesia. Ela explica dizendo que fica sem poesia quando seus olhos, olhando para uma pedra, vêem uma pedra. Na feira é possível ir com olhos poéticos e com olhos não poéticos. Os olhos não

[Quando vier a primavera,], Alberto Caeiro - Pedro Lamares

POEMA À MODA DE CARTA

Oi!!! Eu estava a pensar (e continuo a fazê-lo) Nunca, de fato, expliquei sobre o que quero dizer quando falo “nós ainda chegaremos ao final do Arco-Íris”. Eu quero falar sobre isto agora. Quero mostrar a você o que penso sobre o Arco-Íris e sua representação. Imagine um Arco-Íris à distância, após uma tarde de chuva branda. Um Arco-Íris sempre surge em momentos assim, já percebeu? É lindo de ver. Mais lindo é nos imaginar caminhando em sua direção, buscando a sua extremidade mais distante. Esta caminhada na direção da sua extremidade somos nós no esforço incontido de sermos felizes, amar, termos prazer em nós e no que fazemos. Esta etapa constitui-se num esforço amoroso que chamo de investimento (não promessa) para chegarmos a um propósito maior que é a própria felicidade pleiteada por nós. Como ser felizes da forma sonhada se ainda estamos apegados, plantados ao solo do medo, das paixões materiais, da desconfiança? O final do Arco-Íris lá está à nossa es

NEM BEM COMEÇOU...

Nem bem começou Não foi , Não foi ! Nem ... Já virou um... . Perillo José Nova Xavantina-MT Em algum dia e mês de 2021

OLHOS DE ÍSIS

Ísis, a zelosa A que cura A que remonta o que fora desmontado A bondosa A amorosa A esposa de Osíris A mãe de Hórus. Ísis de olhos placentes Te olhamos também Com olhos que clamam Olhai por nós, Homens sem fé Sem caminhos às vezes Sem esperanças, outras. Dirige-nos no caminho do bem, No caminho do amor Da fraternidade E da paz. Cá estamos nós À tua espera Para seguirmos s tua jornada Complacente. Paz!

NUMA NOITE... UM DIA

Uma noite sempre começa com um plano Dormir Dormir bem Ter sonhos de paz, De amor. Mas aquele sonho... ...aquele sonho foi a obra Acabada de um artista dos sonhos. Olhando o céu Passos na relva O verde das folhas O amarelo das flores Uma árvore frondosa Uma sombra Olá! Olá! Seus olhos brilhavam Ela, linda numa manhã de sol Num ambiente de paz... ... e eu... As mãos se encontram Dedos que se entrelaçam Você... Não diga nada. Apenas fica aqui. O tempo dirá mais que as palavras Os gestos Os olhos Também dirão muito. Os corpos, calmamente, se juntam Aves Insetos O vento As árvores Tudo silencia Só os corações pulsam fortes Dos lábios, que quebram o silêncio, Jorram sussurros Os ouvidos atentos captam sons Narinas arfantes, captam odores Que denunciam desejos libertos E tudo vem numa calma Grande Trazem a força dos hormônios As mãos se apertam mais Os corpos se u