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Mostrando postagens de abril, 2021

O QUE HÁ

  O que há dentro, O que há fora   Ao ver uma pessoa com suas vestes de fino corte, não imaginamos o que tem ali dentro.   Ao ver uma pessoa Bela fisicamente Corpo bem torneado Queimado pelo sol, Músculos saltados, Não imaginamos O que há além daquilo.   Além daquilo ali, Há algo daquilo E além daquilo Há uma alma vibrante.   É tudo.   E além...                                                               Perillo José                                                               Nova Xavantina-MT                                                               25 de novembro de 2015

MEDO

  O tempo, esta barca Que inefável me leva, Acaricia-me Os cabelos eriçados Pelo medo.   Medo é uma nau Que navega Em mar revolto, causando engrulhos Estomacais.   Não fosse ele (o medo) Talvez o Homem Já não tivesse Motivos de existir.   A existência é a caldeira Que cozinha a vida Em fogo brando, Temperada de forma Picante pelo medo.   Viver é o grande salmo E milagre que deixo Registrado no livro Ensebado em que anoto Minhas amarguras.   Nesse anotar amarguras, Teço o rosário Das minhas desesperanças.   Só que ninguém as viu Ninguém as leu Ninguém as sentiu Porque sozinho   Chorei por noites e noites Sem que fosse percebida Minha grande angustia...   À qual nem mesmo eu Sabia explicar... E ainda não sei Se assim me exigirem.   As angustias vão e vêm Ao sabor dos dias, Alegres, Tristes, Neutras...   Caminho ainda, Mãos nos bolsos, Chutando latas E pedras.   Caminhar é um

LUZ, IMPERECÍVEL LUZ DO TEMPO

    Somos luzes menores, Desejosas de encontrar no espaço que nos rodeia, A forma de mostrar nossa existência. Como nos mostrar aos humanos olhos? Enfrentando obstáculos, Dificuldades. A luz só se mostra mediante a existência da matéria, Que constitui, rudimentarmente, Os obstáculos que enfrentamos.   Imagine alguém numa noite escura, Tendo apenas uma lanterna consigo. Esta pessoa aponta a lanterna para o alto, “No meio do céu” e a liga. Observa que o foco de luz não existe assim. Aponta a lanterna horizontalmente, Onde existam Prédios, Árvores, Pessoas. Aí a luz se deixa perceber. É preciso, assim, que hajam objetos No meio do caminho da luz Para que ela se deixe perceber. Assim somos nós, Luzes menores.                                                                  Perillo José Sabino Nunes                                                               Nova Xavantina -MT                                                      

APESAR

  APESAR   Apesar, meu amigo, De tudo isso, Desse travo de goiaba verde Que insiste em ficar na minha boca... Meus lábios trêmulos... Minha ira... A vontade de chutar O pau da barraca... Essa dor no meu peito... Da cabeça que gira Como um redemoinho... Dessa vontade De largar tudo e ir pescar... Encher a cara...   Tudo...                Tudo...                               Tudo...                                             Tudo... ...isso... Ainda sonho E tenho esperança... Tomara que chova... O rio encha, Mas a ponte não cai Para que possamos fugir.                                                                         Perillo José Sabino Nunes                                                                         Nova Xavantina – MT                                                                         S/D

A NOITE & NÓS

  A NOITE & NÓS   Perdido na solidão do quarto, A minha angustia que é tanta, Junta-se à escuridão da noite Que me invade, entristece Tece... Tece... Tece... Sonhos vãos...                                                            Vãos?                                                            Contra a mente nada pode.                                                            Fecho os olhos...                                                            Na minha mente, antes escura                                                            Cura...                                                               Cura...                                                               Cura...                                                            Delineio teu corpo à minha frente                                                            A dançar.                                                            Teu cheiro de fêmea no cio