Fiz um silêncio poético proposital. Cada minuto que a poesia deixava de ser produzida, Parecia que eu cometia um crime. E um crime poético, Que é um aborto da poesia, Espiritualmente, é inafiançável. Sim, matei muitas poesias na gestação delas. Muitas chegaram ao último instante, À fase final da gestação, E meus bisturis as sacrificaram, Impiedosamente. Inocente ou não, Todo crime é crime E não tem prescrição (neste caso). Mas, por que, Poeta? Ah, meus filhos e mães vejam quantos pais rejeitam os próprios filhos Ainda no ventre... Matam-nos, simples e impiedosamente. Por quê o fazem? O motivo é o mesmo que me levou a tantos crimes. Não há uma explicação, Porque fiz tudo isso como um autômato, Sem noção da realidade. Mas ainda assim, não há justificativa - Sou criminoso declarado e pronto! Hoje me coloco neste tribunal, Em julgamento E vejo, estarrecido, Cada poesia que sacrifiquei Sem piedade. Elas estão ali, n
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