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O CRIME DO POETA

Fiz um silêncio poético proposital. Cada minuto que a poesia deixava de ser produzida,  Parecia que eu cometia um crime. E um crime poético, Que é um aborto da poesia, Espiritualmente, é inafiançável. Sim, matei muitas poesias na gestação delas. Muitas chegaram ao último instante, À fase final da gestação, E meus bisturis as sacrificaram, Impiedosamente. Inocente ou não, Todo crime é crime E não tem prescrição (neste caso). Mas, por que, Poeta? Ah, meus filhos e mães vejam quantos pais rejeitam os próprios filhos Ainda no ventre... Matam-nos, simples e impiedosamente. Por quê o fazem? O motivo é o mesmo que me levou a tantos crimes. Não há uma explicação, Porque fiz tudo isso como um autômato, Sem noção da realidade. Mas ainda assim, não há justificativa - Sou criminoso declarado e pronto! Hoje me coloco neste tribunal, Em julgamento E vejo, estarrecido, Cada poesia que sacrifiquei Sem piedade. Elas estão ali, n

DISSE QUASE NADA E AINDA CITOU QUINTANA

PALAVRAS, PALAVRAS

Palavras, palavras Excesso delas Ou falta delas Há medida certa? Se há, não se sabe ainda De um jeito ou de outro Haverá sempre um colapso Pois em todo excesso                Haverá uma falta E em toda falta                Haverá um excesso Ela se cala, Ele se irrita Ele fala, Ela se cala mais E as crises crescem Há despedidas grosseiras Causas? Excessos de cá E faltas de lá As justificativas Ficam por conta Do trabalho Das demandas Do desinteresse Que machuca Do desamor E desamor não é pouco amor, Mas amor que não existe Na justa medida Dessa forma Caminhos se bifurcam E se separam destinos Que deviam Caminhos juntos Amar Ser amado É tudo que se quer Como amar? Como ser amado? Relaxe Deixe a vida fluir E descubra, No vai-e-vem Da rede rosa Olhando o jardim Que o girassol sempre Girará na rota do Sol Assim é, Assim será. Perillo José 04/03/2020

CANTO À CIDADE

Na cidade, as luzes. Luzes ofuscam olhos Na busca de caminhos Por onde seguir, sempre. Esta cidade, como Todas as cidades Tem a luxúria nossa De cada dia e noite... Mais noites que dias, Onde corrupções várias Se escondem por desvãos Fora da visão popular. Drogas Vícios Crimes Sodoma e Gomorra É aqui! Povo, Políticos... Meretrizes tão jovens Aguardam seu ‘ mixê ’ De cada dia no ponto Sorrisos Acenos E as moças, tão moças Se vão, com senhores Tão senhores de si... Perillo José. Nova Xavantina-MT.

MANHAS NAS MANHÃS

Estas manhãs (porque muito presentes) Ensolaradas Depois, o próprio Sol A nos banhar de luz os corpos De desejos Desejos que aumentam Quando uns olhos Vislumbram outros olhos Aumentam mais quando Os hálitos se misturam... Quando línguas passeiam Pelo céu da boca E brincam ali, lascivamente E se encontram E parecem se enroscar O tempo. O que é o tempo? Como diz o Santo - Se não me perguntam, eu sei. Mas se me perguntam, já não sei. Seios – Mãos Mãos – Seios Parecem escrever um poema De volúpia e luz pelo corpo dela Mas também no corpo dele Sussurros roucos Roucas as vozes também Se misturam numa mensagem que poucos Compreenderiam A pele. Ah, a pele! Toda eriçada, Parecem pequenos Vulcões a nascerem E assim o tempo se esvai E quando se percebe, O dia já se foi. E é necessário cair Na realidade E ele diz que não tem pressa, Pois sabe que no final Desse arco-íris Tem um pote de ou

OS MUROS E OS GATOS

Ando pela cidade nas manhãs molhadas.  Vejo homens e mulheres Que vão ao trabalho  Ou voltam dele.  Vejo cães e gatos; Uns latem e correm; Outros miam e se lambem.  Além disso,  Fazem os telhados de praças,  Onde se amam e se consolam. Mas fazem dos muros Ruas e avenidas  Por onde se aventuram  Em busca de felicidade, amor.  E os gatos amam e são felizes.  Porque amam a si mesmos E a nós. Perillo José Nova Xavantina-MT., 22/02/2020

O MANUAL PARA A VIDA

EPICTETO Cerca de 55 d. C. As coisas se dividem assim: as que dependem de nós e as que não dependem. O que não depende de nós é fraco, escravo, estranho: a posse, a opinião alheia, tudo que não é nossa obra. O que depende de nós é livre, sem impedimentos: o pensamento, o desejo, a vontade...