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MANHAS NAS MANHÃS




Estas manhãs (porque muito presentes)
Ensolaradas
Depois, o próprio Sol
A nos banhar de luz os corpos
De desejos
Desejos que aumentam
Quando uns olhos
Vislumbram outros olhos

Aumentam mais quando
Os hálitos se misturam...
Quando línguas passeiam
Pelo céu da boca
E brincam ali, lascivamente
E se encontram
E parecem se enroscar

O tempo.
O que é o tempo?
Como diz o Santo
- Se não me perguntam, eu sei.
Mas se me perguntam, já não sei.

Seios – Mãos
Mãos – Seios

Parecem escrever um poema
De volúpia e luz pelo corpo dela
Mas também no corpo dele

Sussurros roucos
Roucas as vozes também
Se misturam numa mensagem que poucos
Compreenderiam


A pele.
Ah, a pele!
Toda eriçada,
Parecem pequenos
Vulcões a nascerem

E assim o tempo se esvai
E quando se percebe,
O dia já se foi.

E é necessário cair
Na realidade
E ele diz que não tem pressa,
Pois sabe que no final
Desse arco-íris
Tem um pote de ouro
Que brilha
É o próprio coração
Amoroso
A palpitar em seus peitos
Luzindo Paz
Luzindo Amor

Continuemos
- Pensa ele.

Perillo José
Nova Xavantina-MT
27/01/2020








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