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Olhando a Lua sobre um fundo obscurecido e pensando



Tantas poesias feitas
Tantos corações se expressam
Através dela, por séculos
Tantos olhos já choraram
Tantos lábios lamentaram
Tendo a poesia como instrumento

Os pés se movimentam a caminhar
E o caminhar faz com que
Distâncias se encurtem
E a poesia
É o caminho que leva ao coração

Todos os caminhos pensam encontros
Que sempre lembram felicidade
Mas algumas vezes a felicidade
Não é paciente
A paciência é algo que foge
Como cavalo bravo
Ao observar que o tempo
É longo, demorado
E quase nunca tem a mesma
Importância para todos

O verão vem e vai
Nele está o tempo
Ao vir, traz o teu cheiro
Ao ir, leva sinais da minha saudade.
Mas nesse ir e vir
Fica a angustia do intervalo.
Sempre o intervalo.
O Sol, astro poderoso
Lança seus raios sobre nós
Nos viramos para receber luz
De um lado e outro

Nesse momento, as palavras.
Ah, as palavras!
Às vezes elas são vespas vorazes
Outras vezes são aqueles insetinhos
Amarelinhos
Que sugam o suor de nossas mãos
Preferia os insetinhos amarelinhos,
Mas muitas vezes
As vespas bravias são necessárias
Para as rupturas
E recomeços.

Que venha!
Cada coisa no seu tempo.
Beijos no seu tempo.
Carinhos no seu tempo
Risos, sempre
Alegria a cada instante.

E nós, o mundo
E esta Lua maravilhosa
Que nos observa
Como observou Copernico
E tantos outros poetas
E filósofos.
Como diz a mocinha do desenho animado:
“Embeba-nos da sabedoria deles”.
Chão diante de nós.
Caminhemos com a voracidade
Dos animais em busca
Do manancial.

Abraços aqui
Acolá
Hoje
Amanhã
Depois de amanhã
E sempre.







Perillo José
Nova Xavantina-MT
04/02/2020

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