Pular para o conteúdo principal

ENSAIO GERAL PARA UMA EXISTÊNCIA MAIS FELIZ





Olhamos para todas as direções a partir do ponto em que nos encontramos. Todas elas nos lembram alguma coisa. Todas elas têm uma história e cada história tem a nossa presença.
À esquerda, uma vida cheia de turbulências, desentendimentos, traições e rompimentos. Tudo se passa como num filme antigo, porque o tempo o era. Olhares tristes, vagos, perdidos e expectativas mortas.

De repente, somos levados a nos desviarmos à nossa retaguarda. Quanta violência! Destruição total. Sentimentos corrompidos. Amores jogados ao vento, sem esperanças.

Nos voltamos para onde antes era a nossa direita e percebemos que ali a vida sofreu intervenções de paz, felicidade, harmonia. E de novo a violência exerce o seu papel destruidor, avassalador. Choro de pessoas de todas as idades e pedidos de paz.

Olhamos para onde agora é nossa frente – pois voltamos – e percebemos que o caminho, a vida, tudo(!) pode ser difícil, mas é o que plantamos. Nos colocamos em marcha com cuidado para elaborar uma nova história, um novo tempo, como novas atitudes, novas promessas e novas relações.

Mas fazemos parte da Família Universal. Nela não há negros, brancos, amarelos, indígenas, gays, comunistas, capitalistas, católicos, espíritas, evangélicos ou o que quer que seja. Somos todos iguais. Caminhamos com os mesmos propósitos aos olhos da Criação.

O que faz com que nos percamos é a nossa realidade enquanto seres historicamente constituídos, cheios de ambições. Esquecidos daqueles pelos quais podemos ter altas somas de responsabilidade.

Daí eu penso que para mim bastam poucas coisas. O essencial para que a vida seja bela e eu consiga cumprir com o estabelecido junto à Criação. Mas vem outras histórias e se misturam, trazendo consigo outros fatores e novos rumos são tomados por nós.

Mas fica a pergunta: Até quando?

Até o momento em que nos constituirmos de Almas amadurecidas. Isto basta.


Perillo José Sabino Nunes





Nova Xavantina – MT., 17 de março de 2018.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A CONCHA

Olhando   a imagem de uma concha tão bela, Me vem à mente um texto de Rubem Alves. Mas por quê isto? A gente nem imagina porquê tanta beleza. A gente nem imagina que por trás de tanta beleza Haja uma história. Imagina: A origem da pérola, tão bela, Está na dor causada pela invasão de território Tão seu – e só seu! A pérola, bela surge do sofrimento-dor da ostra. Ela se defende como pode E desse sofrimento surge a pérola, tão bela. Não que a beleza sempre deva surgir do sofrimento – penso. Mas, muitas vezes, o sofrimento é premiado. A dor da ostra não está na mentira. Ela não tenta ser feliz através do sofrimento alheio. Quer apenas ser feliz, do seu modo.  Paciente. Esperando. Vivendo. E amando. Há quem diga que a felicidade não é coisa deste mundo. Só é feliz quem já o foi alguma vez na vida – nesta ou n’outra. Se alguém busca ansiosamente pela felicidade, É porque já foi feliz em outro momento. Meu co

DEUS DE PACIÊNCIA E AMOR

Dá-nos a vida que merecemos, dizemos nós. Dá-nos forças para o nosso fardo, pensamos nós. Coloca em nossas mentes a Tua mente. São estes os pensamentos emitidos. Erguido o corpo para a lida diária, A vida que merecemos e pedida é esquecida E lutamos pela vida que queremos, diferente da primeira. Erguido o corpo para o trabalho, Jogamos longe o fardo que é nosso E nos apropriamos de outro mais leve, Possível de conduzir por ombros estreitos. Erguido o corpo, limpas as mãos de todas as manchas, Nossas mentes se afastam da mente solicitada... Já não a queremos, pois o mundo é prático demais. Melhor ser prático também e esquecer os acordos feitos. Orações... orações... orações... Mas temos pressa E o tempo de Deus é lento. Então caminhamos no nosso ritmo E amanhã, joelhos ao chão, Mãos postas, Olhar contrito, Voz “embargada” Novos pedidos.                                                                         Perillo José S

Olhando a Lua sobre um fundo obscurecido e pensando

Tantas poesias feitas Tantos corações se expressam Através dela, por séculos Tantos olhos já choraram Tantos lábios lamentaram Tendo a poesia como instrumento Os pés se movimentam a caminhar E o caminhar faz com que Distâncias se encurtem E a poesia É o caminho que leva ao coração Todos os caminhos pensam encontros Que sempre lembram felicidade Mas algumas vezes a felicidade Não é paciente A paciência é algo que foge Como cavalo bravo Ao observar que o tempo É longo, demorado E quase nunca tem a mesma Importância para todos O verão vem e vai Nele está o tempo Ao vir, traz o teu cheiro Ao ir, leva sinais da minha saudade. Mas nesse ir e vir Fica a angustia do intervalo. Sempre o intervalo. O Sol, astro poderoso Lança seus raios sobre nós Nos viramos para receber luz De um lado e outro Nesse momento, as palavras. Ah, as palavras! Às vezes elas são vespas vorazes Outras vezes são aqueles insetinhos Amar