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O QUE HÁ

  O que há dentro, O que há fora   Ao ver uma pessoa com suas vestes de fino corte, não imaginamos o que tem ali dentro.   Ao ver uma pessoa Bela fisicamente Corpo bem torneado Queimado pelo sol, Músculos saltados, Não imaginamos O que há além daquilo.   Além daquilo ali, Há algo daquilo E além daquilo Há uma alma vibrante.   É tudo.   E além...                                                               Perillo José                                                               Nova Xavantina-MT                                                               25 de novembro de 2015

MEDO

  O tempo, esta barca Que inefável me leva, Acaricia-me Os cabelos eriçados Pelo medo.   Medo é uma nau Que navega Em mar revolto, causando engrulhos Estomacais.   Não fosse ele (o medo) Talvez o Homem Já não tivesse Motivos de existir.   A existência é a caldeira Que cozinha a vida Em fogo brando, Temperada de forma Picante pelo medo.   Viver é o grande salmo E milagre que deixo Registrado no livro Ensebado em que anoto Minhas amarguras.   Nesse anotar amarguras, Teço o rosário Das minhas desesperanças.   Só que ninguém as viu Ninguém as leu Ninguém as sentiu Porque sozinho   Chorei por noites e noites Sem que fosse percebida Minha grande angustia...   À qual nem mesmo eu Sabia explicar... E ainda não sei Se assim me exigirem.   As angustias vão e vêm Ao sabor dos dias, Alegres, Tristes, Neutras...   Caminho ainda, Mãos nos bolsos, Chutando latas E pedras.   Caminhar é um

LUZ, IMPERECÍVEL LUZ DO TEMPO

    Somos luzes menores, Desejosas de encontrar no espaço que nos rodeia, A forma de mostrar nossa existência. Como nos mostrar aos humanos olhos? Enfrentando obstáculos, Dificuldades. A luz só se mostra mediante a existência da matéria, Que constitui, rudimentarmente, Os obstáculos que enfrentamos.   Imagine alguém numa noite escura, Tendo apenas uma lanterna consigo. Esta pessoa aponta a lanterna para o alto, “No meio do céu” e a liga. Observa que o foco de luz não existe assim. Aponta a lanterna horizontalmente, Onde existam Prédios, Árvores, Pessoas. Aí a luz se deixa perceber. É preciso, assim, que hajam objetos No meio do caminho da luz Para que ela se deixe perceber. Assim somos nós, Luzes menores.                                                                  Perillo José Sabino Nunes                                                               Nova Xavantina -MT                                                      

APESAR

  APESAR   Apesar, meu amigo, De tudo isso, Desse travo de goiaba verde Que insiste em ficar na minha boca... Meus lábios trêmulos... Minha ira... A vontade de chutar O pau da barraca... Essa dor no meu peito... Da cabeça que gira Como um redemoinho... Dessa vontade De largar tudo e ir pescar... Encher a cara...   Tudo...                Tudo...                               Tudo...                                             Tudo... ...isso... Ainda sonho E tenho esperança... Tomara que chova... O rio encha, Mas a ponte não cai Para que possamos fugir.                                                                         Perillo José Sabino Nunes                                                                         Nova Xavantina – MT                                                                         S/D

A NOITE & NÓS

  A NOITE & NÓS   Perdido na solidão do quarto, A minha angustia que é tanta, Junta-se à escuridão da noite Que me invade, entristece Tece... Tece... Tece... Sonhos vãos...                                                            Vãos?                                                            Contra a mente nada pode.                                                            Fecho os olhos...                                                            Na minha mente, antes escura                                                            Cura...                                                               Cura...                                                               Cura...                                                            Delineio teu corpo à minha frente                                                            A dançar.                                                            Teu cheiro de fêmea no cio              

TERMINA MAIS UM DIA QUALQUER

  Termina mais um dia qualquer Tudo caminhou bem nele A paz O amor A fraternidade Presentes em mim Vi nossa Mãe, a Terra Fazer o seu giro Homens se desentenderem Mulheres se agitarem por isto Crianças se negarem a crescer Porque a vida de adulto não é fácil Pessoas, apesar da idade, Temerem a Morte O político mentiu Sua mulher confirmou O filho adolescente, espertamente se omitir O filho pequeno, na sua inocência, permanecer a brincar O idoso, desinteressado, deixar passar O religioso a fazer sinais simbólicos, com as mãos trêmulas E eu, num dia tão importante, assisti a tudo isso. E quantas coisas eu não assisti... Dessa forma, mais um dia passou. E eu assisti.                     Que pena.                                                                             Perillo José                                                                            Nova Xavantina                                                                      

CAMA DESARRUMADA

    Ah, uma cama desarrumada... Lembra tantas coisas! Uma noite intensamente voluptuosa! Uma noite de conversas Risos Alegrias tantas. Tristezas... Insônia por dificuldades Planos não realizados. Mas a primeira ideia é a melhor. Uma noite em que os afetos Pularam Dos corações Das mentes Dos poros... E desfilaram por um tempo Num quarto em penumbra, Acharam uma réstia de luz E ganharam o mundo, Isto lembra um quarto E uma cama desarrumada.                                                                               Perillo José                                                                              Nova Xavantina                                                                              07/11/2020                                                                              Véspera